Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Retrospectiva 2017

Publicado em 21/02/2018 • Notícias • Português

O ano de 2017 ficará para a história. Logo em janeiro, o Brasil enfrentou um surto de febre amarela que causou centenas de mortes nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Já no setor de equipamentos médicos, o Brasil assistiu, mais uma vez, a escândalos de corrupção.
Desta vez nomeada de “Operação Equipos”, a ação teve como objetivo o combate à fraude na importação de equipamentos médicos, tendo realizado 62 mandados de busca e apreensão em 18 estados e no Distrito Federal. Foram apreendidos tomógrafos, mamógrafos, dentre outros equipamentos de alto valor comercial.
Um ano marcado por diversas crises político-econômicas foi também de intenso trabalho para muitas empresas, associações e instituições de saúde. A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), por exemplo, atuou fortemente na promoção da transparência do setor.
Segundo Fabrício Campolina, que encerrou seu mandato frente ao Conselho de Administração da Abimed em 2017, neste último ano, a entidade promoveu a campanha “Transparência Gera Valor” para fomentar a transparência na cadeia de saúde e reforçar a crença de que ela é a ponte para a integridade e fundamental para a melhoria do sistema e da utilização dos seus recursos. “Entre os desdobramentos desta campanha estão os debates sobre a legislação americana, o Sunshitie Act, que acabou por se tornar base para projetos de lei sobre o tema que tramitam no Congresso Nacional”. Para debater este tema, a Abimed trouxe a advogada Katie Pawlitz para um evento em São Paulo.
A Associação também tem protagonizado o debate sobre Value Based Care (Cuidados Baseados em Valor) com o objetivo de aumentar o engajamento de seus associados neste movimento e garantir que a indústria tenha participação efetiva na construção de novos modelos.
“Lançamos ainda a 3a edição do ‘Prêmio Abimed de Inovação Transformacional’ e uma nova versão atualizada do Código de Conduta da entidade, que traz avanços importantes em temas críticos de ética”, complementa Campolina.
A entidade participou também do 11° Encontro Anual de OPME/DM, compondo o painel “Modelos de Remuneração”, ao lado de outras entidades.
“A discussão sobre novas alternativas de reembolso é importante, sobretudo para reduzir desperdícios.
No entanto, do ponto de vista ético, da prevenção e combate a fraudes, é necessário também dar transparência a toda a cadeia de fornecimento e saber o que ocorre em cada etapa do processo de comercialização”, explica Carlos Goulart, presidente-executivo da Abimed. Grupo em prol da Qualidade Buscando unir forças, a Associação criou, em outubro deste ano, um grupo de trabalho de Garantia de Qualidade que tem como um de seus principais focos propor às autoridades de saúde melhorias no processo de vigilância dos equipamentos e dispositivos médico-hospitalares que já estão no mercado.
Fazem parte do grupo representantes da indústria do setor. A iniciativa surge em um momento importante, em que aumenta no mundo todo e também no Brasil a tendência de incrementar o monitoramento dos produtos que estão em uso. Esse processo, conhecido também como tecnovigilância, busca capturar eventos adversos e queixas técnicas e sugerir medidas para solucioná-los.
O grupo nasceu no momento em que a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) optou por aperfeiçoar as regras de pós-mercado e, segundo o executivo, tem o propósito de contribuir para esse processo.
Além de tratar das questões de tecnovigilância, o grupo também trabalhará as questões de qualidade em toda a cadeia de fornecimento de produtos para saúde, do pré ao pós mercado.
Coalizão de Ética na Tecnologia Médica Outro destaque da Abimed em 2017 foi a participação – ao lado de associações de empresas de mais nove países – da formação da Coalizão Interamericana de Ética nos Negócios no Setor de Tecnologia Médica, lançada em Bogotá (Colômbia). O grupo de signatários do acordo inclui entidades da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Peru e Venezuela, além do Brasil.
Segundo Carlos Goulart, presidente executivo da Abimed e participante do lançamento da coalizão, o próximo passo será a criação e validação dos “Princípios de Bogotá”. O documento estabelecerá as diretrizes éticas que comporão uma base harmonizada para atualização e implementação nos códigos de conduta das associações signatárias”.
“O documento será resultado de um trabalho conjunto que refletirá o compromisso dos representantes da cadeia de tecnologia médica desses países em avançar com as boas práticas éticas no setor e adotar condutas comuns que norteiem o relacionamento entre indústrias, distribuidores, profissionais da saúde e outros stakeholders”, explicou Goulart. Atuação internacional em expansão Neste último ano, a Abimed realizou um workshop para fomentar a participação de suas associadas no MDSAP (sigla em inglês para Programa de Auditoria Única em Produtos para Saúde), concebido pelas agências regulatórias da Austrália, Brasil, Canadá e Estados Unidos, posteriormente, teve também a adesão do Japão.
O programa permite que os fabricantes de dispositivos médicos contratem um organismo auditor externo, autorizado pelas agências participantes, para realizar uma única inspeção de fábrica, que contemple os requisitos de todas as autoridades regulatórias envolvidas no programa.
“Hoje, para para receber o CBPF – Certificado de Boas Práticas de Fabricação -, as empresas multinacionais têm de ser vistoriadas por todas as agências reguladoras que comercializarão os produtos em seus mercados, um processo lento e redundante, que provoca aumento de custos. Com o MDSAP, os fabricantes receberão uma única visita”, explica o presidente-executivo da Abimed.
Segundo ele, o relatório elaborado pelo organismo auditor é enviado para cada um dos países signatários do MDSAP, que o aceitará para emitir seu próprio certificado de boas práticas e para registro dos produtos ali fabricados. Além do potencial de redução de custos, o programa abreviará prazos para que os dispositivos médicos entrem no mercado e estejam acessíveis aos pacientes e em conformidade com os altos padrões de qualidade exigidos pela regulação.
Outra atuação internacional bastante relevante da Associação neste ano foi a participação, pelo 7o ano consecutivo, do IMDRF (sigla em inglês para Fórum Internacional de Reguladores de Dispositivos Médicos) em Vancouver, Canadá.
O IMDRF é um grupo voluntário de autoridades reguladoras de dispositivos médicos de várias partes do mundo que se reúnem anualmente, desde 2011, para criar propostas para uma convergência e harmonização regulatória internacional. Fazem parte do g r u p o representantes das agências reguladoras do Brasil, Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, Japão, Rússia, Singapura e União Europeia. 2018 à vista “Depois de anos de crescimento consistente de dois dígitos, o setor de produtos para saúde passou por dois anos difíceis, 2015 e 2016, que afetaram bastante o setor, principalmente a área de equipamentos médicos. Em 2017, a situação começou a mudar e já notamos alguns sinais de reaquecimento”, reflete Goulart sobre as expectativas para o próximo ano.
Segundo o executivo, as perspectivas para o próximo ano indicam melhora no consumo gerado pela estabilização do mercado de trabalho, que deve estimular os empresários a ocupar capacidade e, posteriormente, investir, gerando, assim, um novo ciclo de contratação para um crescimento mais sustentável.
“O aumento do emprego contribuirá para o aumento de beneficiários assistidos por planos de saúde. Este movimento tende a estimular a dinâmica de compras de produtos e equipamentos para a saúde das dependências voltadas para a saúde suplementar (hospitais e laboratórios de diagnóstico)”, analisa Goulart.
Para Fabrício Campolina, acontecerão, em 2018, grandes avanços na implementação no mercado de modelos de cuidados baseados em valor e em padrões éticos e de transparência.
“Vemos como um grande desafio a possibilidade de haver uma redução significativa de funcionários da Anvisa responsáveis pelo Portos, Aeroportos e Fronteiras (PAF).
Estamos colaborando para que a agência consiga implementar com sucesso medidas de aumento de produtividade necessárias para evitar aumentos nos prazos de análise de produtos importados”.

Fonte: Revista HealthCare Management – Saúde

Mais notícias e eventos